Cada vez mais pessoas têm blogs (inclusive este humilde BLOGUEIRO que vos fala),No entanto, nunca antes na história deste país houve tamanho comprometimento da mídia para salva Daniel Dantas.
do BLOG DO NASSIF
Hoje completa 90 dias do aparecimento de uma provável fraude, talvez a maior já produzida pela moderna imprensa brasileira: o suposto grampo que Veja garante ter sido feito pela ABIN em uma conversa entre um Ministro do Supremo e um Senador da República.
90 dias depois, nenhuma das acusações da revista se confirmou. Nem que foi a ABIN, nem ao menos que a ABIN possuía maletas que permitissem grampo - aliás, a revista foi tão inconsequente que nem contava que a ABIN não dispunha de uma ferramenta óbvia para uma agência de inteligência.
Nesses 90 dias, a nação testemunhou a encenação escancarada de uma farsa, da qual participaram deputados, senadores, autoridades federais, autoridades do Judiciário e a mídia. A revista falava em uma verdadeira indústria de grampos, mencionava dezenas de pessoas supostamente grampeadas. Não conseguiu comprovar nem ao menos que o grampo mencionado na reportagem era real.
Futuramente, a história do jornalismo considerará esse episódio como sendo da mesma dimensão das Cartas Brandi e do Plano Cohen.
Por Jorge Furtado
Uma obra prima este trecho do depoimento do ministro Nelson Jobim à CPI dos Grampos, um perfeito exemplar de falácia argumentativa. Cada República tem o Platão que merece.
O SR. NELSON JOBIM – Veja, deputado, há um dado importante: tanto o Ministro Gilmar Mendes quanto o senador Demóstenes confirmam o diálogo.
O DEPUTADO LAERTE BESSA – Confirmam.
O SR. NELSON JOBIM – Logo, o diálogo houve. Se o diálogo houve, e confirmado pelos próprios integrantes, houve a gravação. E, se houve a gravação, a gravação foi ilícita.
O DEPUTADO LAERTE BESSA – Foi ilícita.
O SR. NELSON JOBIM – Então, não há que se discutir mais ter havido isso.
Não é uma maravilha? Não há que se discutir.
É tudo falso, claro. Eles podem estar mentindo. Um deles. Ou os dois. Se mentiam, um dos mentirosos pode ter anotado a conversa enquanto falava. É possível que não haja gravação nenhum, portanto. Se um dos mentirosos - se mentiram - estivesse gravando sua própria conversa, a gravação não é ilícita, qualquer um pode gravar suas próprias conversas telefônicas e nem precisa dizer ao interlocutor que está fazendo isso. É uma sacanagem, talvez, mas não é crime. Pode não haver, portanto, ilicitude alguma na gravação, se é que houve a gravação. E se houve a gravação (que não se ouve), quem gravou? Quem perdeu com o episódio? E quem ganhou?
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
NASSIF: ANIVERSÁRIO DE UMA PROVÁVEL FRAUDE
Postado por erivaldo às 03:20
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